O Mundo Não Vai Acabar em 2010
a crise e a reestruturação do brasil
Resumo
O artigo relaciona as principais dimensões da crise financeira-econômica que assolou o mundo em meados de 2008 e analisa porque o Brasil não deveria sofrer com seus reflexos tanto quanto era alardeado pelos analistas e reverberado pelos principais meios de comunicação. Os processos econômicos em curso e os que foram adotados, de diversificação dos mercados para as exportações brasileiras e a política anticíclica adotada pelo governo brasileiro, basicamente através da continuidade das políticas de redistribuição da renda, de incentivos fiscais a certos setores produtivos estruturantes, a expansão do crédito pelos bancos públicos e o programa de investimentos em infraestrutura (PAC), seriam capazes de atenuar os efeitos dos choques externos provocados pela crise. Assim, o comércio exterior reduziu-se, o crédito externo encolheu nos primeiros meses, os investimentos privados (tanto nacionais, quanto estrangeiros) também se retraíram rebaixando a formação bruta de capital fixo, mas o impacto no PIB foi mitigado, se comparado com o que ocorreu em outras economias.