Fraturas do fêmur proximal tratadas no Hospital Central do Exército: perfil epidemiológico
Resumo
A fratura de fêmur proximal é de alta prevalência no serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Central do Exército. Esta pesquisa teve como finalidade descrever o perfil epidemiológico do paciente com fratura do terço proximal do fêmur tratado no serviço de Ortopedia e Traumatologia do HCE e analisar as características desta fratura e o tratamento instituído. Trata-se de uma pesquisa retrospectiva com amostra de 198 pacientes com diagnóstico de fratura de fêmur proximal, coletados a partir de busca ativa de prontuários físicos, no setor de arquivo médico do hospital. As variáveis epidemiológicas, radiológicas, cirúrgicas, clínicas, complicações pré e pós-operatórias e o desfecho clínico foram analisados. Há predominância de mulheres sobre homens na proporção de 3:1. A média de idade foi de 81,37 anos, 76,9% das fraturas associadas a traumas de baixa energia. Somente 35 (17,7%) pacientes não relataram doenças e não faziam uso de medicações; 21 (10,6%) referiram ter uma ou duas comorbidades. Encontramos 57,6% fraturas trocantéricas (5,6% subtrocantéricas e 52% transtrocantéricas) 41,9% do colo do fêmur. O tempo médio de internação foi de 17,59 dias e o tempo médio de espera até a cirurgia foi de 11,49 dias. Em nossa série, 16,7% dos pacientes morreram durante a internação.
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