As pretensões chinesas de assumir a liderança global
Resumo
O presente texto tem por objetivo analisar a (não mais velada) aspiração chinesa em assumir o posto de principal potência mundial. As lideranças chinesas, não mais de forma silenciosa, vêm persistentemente anunciando os auspiciosos planos de substituir os Estados Unidos da América (EUA) como o país mais influente do mundo. Tal anseio quedou facilmente visível na síntese conclusiva do XIX Congresso do Partido Comunista Chinês, na qual restou clara a pretensão chinesa de se tornar a maior economia do mundo, assumindo a liderança global até 2050. Xi Jinping, o estadista mais influente do país desde Mao Tsé-Tung (1949-76), vem publicamente referindo-se, em diversas ocasiões, ao que chama de “Nova Era” para a China, tanto no que concerne ao desenvolvimento de poder militar, quanto no que alude ao acelerado desenvolvimento econômico. Porém, graves problemas internos, que vão desde a enorme desigualdade social ao desejo separatista de algumas regiões autônomas, bem como uma já nítida Segunda Guerra Fria no horizonte, podem dificultar a empreitada chinesa.