Avaliação do impacto do ruído aeronáutico no entorno de Brasília
Resumo
O presente estudo avaliou o impacto do ruído aeronáutico, no entorno do aeroporto internacional de Brasília, após a implementação das operações simultâneas nas suas quatro cabeceiras. Tornou-se, assim, o primeiro aeroporto da América do Sul a operar com as cabeceiras independentes. Para tanto, foram elaboradas curvas de ruído com dados fornecidos pela INFRAMERICA. As isofônicas foram simuladas no softwares INM 7.0D com base na metodologia descrita no regulamento brasileiro da aviação civil 161 (2013). A métrica acústica adotada foi o DNL (Day-Night Average Sound Level). Também foi utilizada uma ferramenta SIG para elaboração dos mapas de ruído. Foram realizadas simulações para dois cenários. O primeiro para março de 2017, onde ocorreram operações de pouso e decolagem no formato padrão (com movimentações de pouso ocorrendo preferencialmente em uma pista e as dedecolagem em outra). O segundo cenário foi para março de 2018 onde ocorreram somente operações simultâneas nas quatro cabeceiras. O total de movimentações foi de 13.366 (2017) e 13.260 (2018) movimentações/mês. Com base nas curvas de ruído geradas, não se observou mudanças expressivas dentre os cenários em relação ao ruído aeronáutico nas áreas circunvizinhas ao aeroporto. Todavia, verificou-se uma população exposta significativa ao ruído aeroviário nas DNL's 55 e 60 (fora das restrições de uso e ocupação do solo indicados no RBAC 161) que atingem regiões de Taguatinga, Samambaia, Riacho Fundo, Setor de Mansões Dom Bosco e Lago Sul. Apesar de serem compatíveis com o uso residencial, o ruído aeronáutico nessas regiões é percebido pelos moradores podendo gerar reações.