Caros leitores,
A Escola de Comando e Estado-Maior do Exército se regozija em celebrar, por meio desta edição, o início das operações da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no Teatro de Operações europeu, durante a Segunda Guerra Mundial (2ª GM). Tal feito pode ser considerado um marco da história nacional que até hoje reverbera em nossa Força Terrestre, trazendo à memória os exemplos de heroísmo e determinação daqueles que combateram em defesa dos preceitos mais caros de liberdade e democracia.
Inicialmente, o texto de abertura desta edição explora os acontecimentos políticos e diplomáticos que antecederam a entrada do Brasil na 2ª GM, bem como, por conseguinte, o envio de tropas para combater em solo italiano com o emprego da FEB. O artigo também ressalta que, a despeito do povo brasileiro possuir um ethos pacífico, ele não se eximiu ao chamado para empregar a força das armas, a fim de defender sua soberania então ameaçada.
Os dois artigos seguintes abordam, de maneira complementar, as adaptações enfrentadas pela infantaria da FEB ocasionadas pelas mudanças doutrinárias da época, em virtude da adoção dos preceitos norte-americanos que substituíram a doutrina militar francesa vigente no Exército Brasileiro à época. Ainda, apresentam o “batismo de fogo” dos herdeiros de Sampaio, demonstrando o valor do soldado de brasileiro frente às agruras enfrentadas, não só nos combates contra os alemães, como também as impostas pelo clima e topografia italianos.
Nesse contexto, o artigo subsequente traz à luz as adversidades enfrentadas pela Força Expedicionária Brasileira para mobilizar, selecionar e capacitar o pessoal que seria empregado no esforço de guerra em território europeu, as quais se manifestaram devido, principalmente, à magnitude territorial do país e às dificuldades decorrentes de um Brasil majoritariamente rural e pouco desenvolvido economicamente. Entretanto, o valor do soldado brasileiro se fez presente e sobrepujou tais obstáculos, fazendo com que a FEB fosse coroada de êxitos durante a campanha da Itália.
O artigo seguinte evidencia as transformações ocorridas pela Artilharia de Campanha do Exército Brasileiro, principalmente em razão da adoção da doutrina militar e materiais norte-americanos, e como tais modificações fizeram com que a flexibilidade, a adaptabilidade, a rapidez e a precisão se converteram em pilares de sua atuação no TO italiano, sendo motivo de orgulho para os Aliados e de temor para o invasor germânico.
Por fim, o último artigo aborda o emprego e a atuação da Arma de Cavalaria da FEB, e os primórdios da motomecanização do Exército Brasileiro para a atuação na 2ª GM, em particular do 1º Esquadrão de Reconhecimento, trazendo ao leitor a relevância dessa fração para o sucesso brasileiro em solo italiano.
Dessa forma, passados oitenta anos, as conquistas e o legado da Força Expedicionária Brasileira em território europeu continuam vívidos, não só para o Exército Brasileiro, como também para o país, principalmente porque essa epopeia brasileira foi erigida e amalgamada com a abnegação e o sacrifício daqueles que, indiscutivelmente, são dignos de estarem no panteão dos heróis da Pátria.
Sendo assim, apresento meus efusivos agradecimentos aos autores, os quais contribuíram com este PADECEME e cujos escritos enalteceram a história, os valores e as tradições castrenses. De igual forma, convido os oficiais que passaram pela Escola Marechal Castello Branco a compartilharem suas experiências com esse Programa de Atualização dos Diplomados da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.
Uma boa leitura a todos!
General de Brigada Mario Eduardo Moura Sassone
Comandante da ECEME
Publicado: 2024-12-19