EDITORIAL

Prezados leitores, esta edição do PADECEME aprofunda-se na temática Comunicação Estratégica, na medida em que o Exército Brasileiro (EB) amplia os ramos da tradicional Comunicação Social (relações públicas, assessoria de imprensa e divulgação institucional) buscando a sincronia e integração de abordagens nas mídias sociais e sistematiza relações institucionais em todos os níveis. Neste sentido, a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército reuniu no corrente Programa de Atualização dos Diplomados da ECEME parcela dos trabalhos desenvolvidos por discentes do Curso de Política e Alta Administração do Exército do ano de 2021 que se debruçaram na pesquisa desta ação comum às operações terrestres.  

O atual ambiente informacional, caracterizado pela imprecisão de cenários e das relações interpessoais, impõe desafios à Instituição e seus integrantes. As abordagens aqui apresentadas evocam discussões sobre a implementação de uma visão abrangente e inédita para a Comunicação Social do EB. Nesta perspectiva, é essencial compreendermos os distintos públicos de interesse da comunicação, fomentarmos o desenvolvimento da resiliência e flexibilidade da Força Terrestre, sob a fiel observância dos princípios éticos e valores que orientam o “Braço Forte – Mão Amiga”.   

Inicialmente, o PADECEME retrata a denominada “desinformação” como ferramenta no campo informacional. O primeiro artigo pontua a manipulação da verdade e difusão de narrativas, bem como seus efeitos na Comunicação Estratégica, destacando a urgência de contramedidas para salvaguarda e combate às ações perniciosas neste ambiente. A seguir, a edição traz a relação desta Comunicação Estratégica com as Operações de Informação, numa proposta para o emprego das capacidades relacionadas à informação pelo EB ante o desafio da sinergia e alinhamento dos produtos em todos escalões da Força e níveis da Instituição. Neste contexto de ambiente incerto, o terceiro artigo aborda a Comunicação Estratégica como ferramenta para consecução de objetivos do Exército Brasileiro, em oportunidades que se apresentam na sociedade cada vez mais interconectada, por meio da sistematização deste processo com planejamento e decisão centrados e execução descentralizada.         

Com o intuito de expor contrapontos e práticas internacionais, o quarto artigo analisa a Comunicação Estratégica sob o prisma da Organização das Nações Unidas, cujas operações se desdobram em cenários desafiadores de graves crises humanitárias. As questões organizacionais e amplitude da estrutura da ONU revelam a urgência das estratégias de comunicação e práticas para sua implementação. O último artigo explora a teoria e aplicações militares do Controle Reflexivo dentro da Doutrina Militar da Federação da Rússia, e ressalta a convergência de meios com o intuito de buscar a resolução do conflito com economia de meios.

Por fim, agradeço aos autores dos artigos deste PADECEME, ao passo que incito os leitores à reflexão do imperativo da Comunicação Estratégica no atual ambiente informacional. Tal ferramenta acresce capacidades ao ciclo decisório das lideranças do Exército Brasileiro, hoje imbricado pela incerteza. Assim, a coesão da Instituição perpassa também a convergência de ações nos distintos meios de comunicação, centrais na Era da Informação.    

Tenhamos todos uma boa leitura!

Publicado: 2022-11-10