Prezados leitores,

É com imensa satisfação que a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, por meio desta edição, apresenta um tema de considerável relevância: a Inteligência Estratégica. Tal assunto está intimamente ligado à vocação da Força Terrestre, assim como a diversos setores do Estado Brasileiro, ultrapassando e conectando passado, presente e futuro.

No corrente ordenamento mundial, a informação é um dos recursos de poder mais valiosos. Em um ambiente cada vez mais complexo, difuso e dinâmico, a Inteligência Estratégica é uma ferramenta indispensável para que haja compreensão mais aprofundada e para a efetiva capacidade de prospecção de cenários em um ambiente de incertezas, transformando desafios em oportunidades.

Nesse sentido, o primeiro texto explora a geopolítica como um insumo para o assessor estratégico, valendo-se de seus principais paradigmas, além de aspectos significativos da geoeconomia e, sobretudo, da Inteligência Estratégica como recurso para se mitigar riscos, convertendo, contextualizando e traduzindo dados brutos em conhecimento útil para a tomada de decisões eficazes.

Os dois artigos seguintes, com abordagens distintas, enfocam a Inteligência Estratégica como uma ferramenta indispensável no suporte ao planejamento, assessoramento e ao processo decisório, quer seja no âmbito do Exército Brasileiro como também em nível mais amplo. Salientam, ainda, a relevância para outras instituições que se valem de tal recurso por estarem inseridas na “sociedade do conhecimento”, dentro da qual preponderam os domínios do conhecimento e da disseminação célere e massiva de informações.

Os dois últimos textos apresentam, em um primeiro momento, as possíveis contribuições do Sistema de Inteligência de Defesa (SINDE), em nível estratégico, em proveito do Estado Brasileiro, de forma sinérgica não apenas com o Sistema de Inteligência do Exército (SIEx), como também com os órgãos e instituições que compõem o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN). Por fim, são apresentadas as possíveis soluções para aprimorar a Inteligência Estratégica Militar no SIEx, de forma a oferecer melhores capacidades voltadas à atividade de Inteligência.

Sendo assim, verifica-se que a Inteligência Estratégica surge como uma ferramenta fundamental para a tomada de decisões eficazes, envolvendo um esforço colaborativo entre as diversas fontes de informação e instituições, bem como combinando habilidades analíticas, pensamento crítico e, acima de tudo, uma compreensão profunda do cenário no qual se está inserido.

Dessa forma, agradeço aos autores dos artigos a contribuição profícua com este PADECEME e aproveito a oportunidade para estimular e convidar os oficiais que passaram pela Escola Marechal Castello Branco a compartilharem seus conhecimentos, experiências e opiniões neste Programa de Atualização dos Diplomados da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Uma boa leitura a todos!

General de Brigada Mario Eduardo Moura Sassone

Comandante da ECEME

Publicado: 2024-10-25