A inovação no contexto escolar

inclusão e cidadania digital

  • Ângela Cristina Rodrigues de Castro
Palavras-chave: Mídia-educação, Escola, Cidadania digital, Inclusão digital

Resumo

A proposta deste artigo é a de discutir o papel da instituição escolar em uma sociedade de informação, de comunicação e de interação, na qual a juventude vivencia diariamente o consumo de informação fragmentada, que leva à saturação, ao desconcerto e, paradoxalmente, à desinformação (GÓMEZ, 2015). Nessa sociedade, todos, especialmente o adolescente, correm o risco iminente de desencontrarem-se de si mesmos, absorvendo cada vez mais o caráter de todos os outros sujeitos que se apresentam, deixando-se seduzir pelo que “se lhe apresenta como atrativo, pelas proclamações e pelos modelos de interpretação difundidos pela mídia e queinvadem o senso comum” (GÓMEZ, 2015, p. 18). A cultura digital, assim, criou um novo cenário para a comunicação e a interação humana, assim como para o pensamento e a aprendizagem. Dessa forma, a instituição escolar deve dar conta de desenvolver as qualidades e competências requeridas para a formação do cidadão contemporâneo a partir da mídiaeducação, ajudando-o a viver na incerteza e na complexidade (MORIN,2005 e 2010), como, por exemplo, observar, questionar, analisar e avaliar a fim de encontrar solução para os problemas que se lhe apresentam diariamente. Ela deve propiciar a formação de redes saudáveis de interação também no mundo digital, ajudando a conhecer e a compreender as regras de funcionamento e a ética das relações
em tal contexto, criando situações de inclusão digital (BONILLA e PRETTO, 2015) e de desenvolvimento da chamada cidadania digital (RIBBLE, 2015). Todavia, a escola prossegue utilizando práticas e
estratégias de ensino e cotidianos herdados da era industrial, nos quais: a) a memorização ainda é priorizada; b) as tecnologias digitais são apresentadas com frequência para os discentes apenas nas aulas
de informática, como conhecimento instrumental; c) os dispositivos digitais móveis, como celulares e tablets, assim como as plataformas de comunicação e interação, são proibidos e não utilizados segundo
seu potencial pedagógico e para uma educação digital; d) alguns professores não se sentem preparados para utilizar as ferramentas digitais e as excluem de suas aulas ou apenas fazem uso delas para
propósitos e práticas antigas. As famílias não parecem ter condições de proceder sozinhas ao desenvolvimento da cidadania digital de seus filhos e filhas e a escola deveria estar, nesse momento,
estabelecendo uma parceria em que a tônica não fosse a proibição do uso das ferramentas e dos ambientes digitais, mas de educação e informação para o uso, constituindo ambientes saudáveis de reflexão
crítica para a formação de aspectos como liderança, cooperação, criatividade, postura ética e autonomia em ambientes nos quais possam compreender como as Tecnologias Digitais de Informação
e Comunicação (TDIC) podem mudar a forma como se relacionam com o mundo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ângela Cristina Rodrigues de Castro

Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Professora de EF/EM do Colégio Militar do Rio de Janeiro (CMRJ). Autora do blog“Ensinando com TDIC”, disponível em https://ensinandocomtdic.wordpress.com.
E-mail: rcastrocristina@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7428432720068250

Publicado
2020-11-24