Os terena e a consolidação do Estado brasileiro
Resumo
A historiografia brasileira tradicionalmente ignorou os povos indígenas na história do Brasil, ou retratou-os como vítimas e expectadores de processos históricos protagonizados pelos não índios. Entretanto, as mudanças de paradigma no campo da História e de outras ciências humanas propiciaram um novo olhar sobre a temática. Historiadores e antropólogos perceberam a ineficiência de suas abordagens para compreender os processos históricos que envolviam os povos indígenas. Nessa “nova história indígena”, como destaca Monteiro (1999), a História aliou-se à Antropologia para compreender os indígenas como sujeitos históricos, abrangendo suas ações, estratégias, táticas e resistências. Novos tipos de fonte foram incorporados ao trabalho historiográfico (como é o caso das fontes orais). Além disso, os pesquisadores também voltaram às fontes escritas (como as crônicas de viajantes e militares e documentos oficiais) imbuídos de um novo olhar.