A guerra ofensiva aos “botocudos antropófagos” nas minas oitocentistas e seus significados para a nacionalidade brasileira em formação

Uma abordagem comparativa

  • Izabel Missagia de Mattos Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Antropologia, história indígena, identidade nacional, pacificação

Resumo

O alvorecer do século XIX foi palco de extrema violência de Estado contra os indígenas
habitantes dos sertões dos rios Doce, Mucuri e Jequitinhonha, assim como em meados do
século XIX seriam para os povos do Pampa e Patagônia na Argentina e no Uruguai. Estes
cenários de guerra e conquista de fronteiras internas permaneceram nos imaginários nacionais
dos países latinoamericanos em formação em uma escala de longa duração, por meio da
construção de narrativas sobre as nacionalidades. A proeminência do papel da “mestiçagem”
para a ideia de Brasil – ao contrário da Argentina, que consagrou o extermínio dos indígenas
enquanto fundamento de uma nacionalidade branca e civilizada – entreteceu não apenas as
pautas de uma política civilizacional nos sertões como marcou também estratégias indígenas
por sobrevivência, em meio àquele cenário beligerante e de expansão de fronteiras.

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Publicado
2017-03-01
Seção
Artigos