Percepção de estresse e resiliência em militares em missão no Haiti

  • Juliana Reis de Alcântara Barros Universidade Ibirapuera
  • Carlos Eduardo Neves Girard Universidade Ibirapuera
  • Jecilene Rosana Costa Frutuoso Universidade Ibirapuera
  • Michel Michel Silva Barros Exército Brasileiro
Palavras-chave: Forças Armadas, missões especiais, estresse, resiliência

Resumo

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) iniciou em 2004 e permaneceu em atividade até 2017. Diversos contingentes de militares brasileiros foram enviados a essa missão. Os militares são uma classe profissional que atua em estado de prontidão em um contexto de responsabilidade e obediência, sendo caracterizada como uma profissão desgastante e causadora de elevados níveis de estresse. Os efeitos do estresse no cumprimento das tarefas e funções militares é um assunto que sempre mereceu a atenção dos profissionais de saúde psicólogos. Desta forma, o presente trabalho consiste em avaliar, de forma comparativa, a Escala do Estresse Percepcionado e a Escala de Resiliência entre Militares advindos da Missão de Paz no Haiti (MINUSTAH) e militares em missões dentro dos seus quartéis e verificar se a resiliência pode funcionar como um fator protetivo para a diminuição da percepção do estresse. O estudo trata de uma pesquisa quantitativa, que tem procedimento uma análise documental retrospectiva. O local de estudo foi dois quartéis distintos do Exército Brasileiro, localizados na cidade de Barueri - SP. A amostra foi composta por militares e os instrumentos avaliativos foram a Escala de Resiliência (Cid RISC 25) e a Escala do Estresse Percepcionado - versão em língua portuguesa - do Perceived Stress Scale (PSS de 10 itens), que estavam armazenados nos prontuários da psicologia do Posto de Médico da Guarnição de Osasco/Barueri. Os participantes foram distribuídos em dois grupos: Grupo 1 (de militares recém-chegados da missão de paz do Haiti – MINUSTAH) e Grupo 2 (de militares que não estavam envolvidos em nenhuma missão externa). Para os critérios de inclusão do Grupo 1 foram selecionados todos os militares recém-chegados da Missão, como critério de exclusão foram retirados militares que foram em pelotões anteriores. A amostra que compôs o Grupo 2 foi obtida forma aleatória do banco de dados, por militares com os mesmos postos ou graduações dos militares envolvidos no Grupo 1 e como critério de exclusão foram retirados militares que estavam cumprindo missão externa ou afastados das atividades do quartel. O tamanho total da amostra foi de 50 militares, 25 em cada grupo, entre oficiais, sargentos, cabos e soldados. Os militares eram todos do sexo masculino e tinham idade entre 20 e 41 anos e estavam no exército Brasileiro há mais de 2 anos. Como resultado: os militares envolvidos em missões especiais não perceberam uma realidade estressora maior do que os militares que estão em situação de atividades internas; os militares envolvidos em missões especiais não têm maior índice de resiliência.

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Publicado
2018-01-07
Seção
Artigos