Histórico da Coleção Meira Mattos*

A origem da CMM possui vínculo histórico com a atualização profissional e intelectual do Oficial de Estado-Maior. Do mesmo modo que o periódico científico possui como principal função comunicar aos pares os resultados mais recentes de pesquisas de determinada área, as primeiras publicações que antecederam a CMM também divulgavam os assuntos mais recentes sobre as Ciências Militares e seus estudos, principalmente os dedicados à doutrina.

Em 09 de novembro de 1965 é criado o Curso de Atualização dos Diplomados no Curso de Comando e Estado-Maior e Curso de Chefia de Serviço da ECEME (CAECEME). Curso à distância que disponibilizava, através de correspondências, cinco Cadernos com os assuntos: segurança interna, operações em território continental, operações em território extracontinental, cultura profissional e diversos.

O curso com duração de 36 semanas passa a se chamar, em 1974, Curso de Atualização dos Diplomados pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (CADECEME), sem alterações significativas no formato do curso, continua a distribuir cadernos com textos de atualização.

O CADECEME é reformulado em 23 de agosto de 1991, passando a se chamar Processo de Atualização dos Diplomados pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (PADECEME). O formato de curso à distância se torna ciclos de atualização anuais. E seus participantes, Oficiais de Estado-Maior, atualizados através de informativos distribuídos durante o ano.

Os informativos PADECEME contavam com trabalhos elaborados pelos ex-alunos da ECEME e sínteses dos estudos que estavam em andamento. Segundo portaria regulamentadora a atualização seria realizada “através de um fluxo de informações permanente, de maneira informal e assistemática” (BRASIL, 1991).

Havia duas seções principais nos informativos: “Notícias do PADECEME”, abordando os assuntos mais recentes e “Temas para Reflexão”, ampliando o espaço para debates. Os melhores trabalhos eram selecionados e publicados na Revista Defesa Nacional, que também era considerada um instrumento de atualização do oficial.

Apesar de continuar a usar a sigla PADECEME a partir do número dois de 1995, o informativo passa a se chamar Programa de Atualização dos Diplomados pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, substituindo o termo “Processo”.

Somente a partir de 2002 o PADECEME ganha forma de revista. Recebe uma numeração sequencial, torna-se oficialmente quadrimestral e é registrado com o número de ISSN 1677-1885. O envio de trabalhos é estimulado e o foco continua na atualização doutrinária, o debate e o aperfeiçoamento do Oficial.

Posteriormente a revista PADECEME número dez, do primeiro quadrimestre de 2005, inclui em sua capa o subtítulo “Revista Científica da ECEME”, inicia a seção “Artigos Científicos” e busca adequar-se as normas brasileiras ABNT 6021 e 6022. A seleção desses artigos era realizada pelos editores e sua publicação geralmente possuía resumo e palavras-chave em português e inglês. Neste mesmo ano é ampliado o espaço para a divulgação dos trabalhos de conclusão de curso e dos trabalhos apresentados no Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, publicados também na seção “Artigos Científicos”.

No ano seguinte, em 2006, a revista se estrutura em duas seções: Artigos Científicos, que busca ampliar o alcance do periódico; e Artigos Selecionados, mantendo o objetivo inicial da publicação de atualização dos diplomados.
Em 2007, a atualização dos diplomados passa a ser realizada através de conteúdo On-line, disponibilizado via Internet. A revista impressa, apesar de manter as duas seções explicitadas anteriormente, reforça os objetivos de ampliar e melhorar a divulgação do conhecimento científico-militar produzido na ECEME.

No número seguinte, ainda em 2007, passa finalmente a se chamar Coleção Meira Mattos: revista das ciências militares. A alteração do título é explicitada no editorial daquele número. Entretanto, a identificação PADECEME continuava na capa, na página de rosto e na ficha catalográfica. Além de não haver mudança do ISSN, nem na numeração, que permaneceu sequencial.

Nos anos seguintes ocorreram poucas alterações. Foram corrigidos alguns itens de apresentação e houve aumento nas contribuições de civis. A divulgação era mantida através do formato impresso e sua distribuição gratuita principalmente para organizações militares e colaboradores.

Com a criação do IMM, em 2011, inicia-se uma nova fase para o periódico científico da ECEME. Visando ampliar a disseminação da revista e adequá-la aos critérios exigidos para uma publicação científica, foi implantando o Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas (SEER), software de editoração traduzido e adaptado do Open Journal System (OJS), pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). A equipe editorial é treinada e inicia a implementação do processo editorial eletrônico, incluindo a revisão cega por pares (double blind review). A CMM, publica apenas um número em 2011, já sem a denominação PADECEME.

Em 2012, seu formato impresso sofre alterações, o tamanho da publicação e sua diagramação são melhorados. A partir do número vinte e seis, novos ISSN são atribuídos à publicação. Para a versão impressa foi atribuído o ISSN 2316-4833 e para a versão On-line o ISSN 2316-4891. Durante o processo de aprendizagem e implementação do sistema de avaliação pelos pares, a CMM mantém apenas uma seção, denominada “Artigos”.

Objetivando aumentar a qualidade da publicação, diversas correções de forma foram realizadas em 2013. A numeração permaneceu sequencial, seguindo a alteração do título em 2007. A identificação de volume também foi acrescentada, considerando esse mesmo ano, sendo 2014 o volume número oito. Incluiu-se a legenda bibliográfica e as informações do volume no rodapé de todas as páginas. Os títulos resumos e palavras-chave estão disponíveis no idioma original e também em português e inglês. Diante das diferentes alterações que ocorreram com a CMM, buscou-se um equilíbrio entre as questões técnico-normativas e o vínculo histórico da publicação.

Quanto aos aspectos de conteúdo, foram incluídas as normas internas que explicitam as atividades de todas as funções da equipe editorial. Consolidou-se a revisão cega por pares e a partir do número 30, todos os trabalhos apresentados na seção “Artigos Científicos” foram avaliados por pelo menos dois pareceristas.

A partir de 2014 o periódico se consolida institucionalmente como periódico científico e tenta se estabilizar como uma nova publicação científica no meio acadêmico. Publica regularmente até o ano seguinte, entretanto, em 2016, enfrenta intercorrências, interrompendo sua publicação após o primeiro número, retornando somente em 2018.

Em 2019, com intensos trabalhos de gestão e reestruturação, a CMM estabiliza seu processo editorial e inicia um ciclo positivo da publicação. Executando uma gestão ativa e buscando atender a indicadores de qualidade para periódicos científicos a CMM implementa o DOI, melhora o leiaute dos artigos e volta a publicar regularmente.


Carlos Shigueki Oki


*Elaborado em 2013 e atualizada em 2020.