Sugestões para a inteligência de defesa deste século

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Genessi Sá Junior
Rui Martins da Mota

Resumo

Tendo em vista a eclosão da Era do Conhecimento, o processo decisório aperfeiçoou-se, por meios científicos, para se ampliar a eficácia da decisão. Em consequência, cresce a importância da assessoria da Atividade de Inteligência, cujo processo de produção do conhecimento, fundamentado no dinamismo, encontra-se em fase de mudança. A Atividade de Inteligência é, por natureza e destino, quem ao longo do processo decisório, em qualquer nível, e no âmbito da Defesa, em particular, que disponibiliza conhecimentos que permitem a consecução da ação de decidir racionalmente.


Desse modo, considerando a dinâmica das rápidas mudanças atuais do Século XXI, as relações entre produtores e usuários do Sistema de Inteligência de Defesa, os aspectos legais de controle público e as mudanças doutrinárias em evolução, como deve ser organizada e prestada uma assessoria de Inteligência para atender aos atuais desafios do processo decisório político-estratégico no âmbito da Defesa Nacional?


No campo da política externa, verifica-se que o Brasil tem adotado ações e atitudes de protagonista no cenário internacional, principalmente na América do Sul, o que resulta nas mais diversas reações, seja no âmbito interno, seja no externo. Contudo suas ações provêm de decisões muitas vezes empíricas, sem seguir um método científico e eficaz em racionalidade. Portanto, as cobranças internas e as pressões externas têm demandado os tomadores de decisões, particularmente no âmbito da Defesa Nacional, a virem a utilizar métodos mais eficientes, cujos efeitos desejados das decisões adotadas sejam passíveis de avaliação, permitindo-se que sejam realizadas alterações corretivas no decorrer das ações.


O professor Marco Cepik, ao se referir sobre a relação entre a Inteligência e a política internacional, assevera que a Inteligência é um componente do poder do Estado, à semelhança das Forças Armadas, e que sua maximização pelos governantes é decisiva para a manutenção das condições de sobrevivência econômica e política do governo e da população. Segundo Cepik, o funcionamento ideal da Atividade de Inteligência contribui para tornar o processo decisório governamental mais realista, ágil e eficiente.


Portanto, segundo esta concepção, a assessoria de Inteligência se torna imprescindível ao tomador de decisão político-estratégico de Defesa. A Inteligência é produtora e difusora de conhecimentos que fundamentam a identificação do problema e participa do levantamento dos objetivos a alcançar, ao estimar eventos futuros, por predição lógica, que permitem realizar o “jogo mental” para a busca de soluções do problema, visando aos efeitos desejados.


No Brasil, a Atividade de Inteligência de Defesa passa por um momento de revisão doutrinária e de práticas, em razão de ser questionada a validade de seu assessoramento, dos novos arcabouços legais e das demandas do processo de Transformação da Defesa e do Exército, o qual prevê a integração de sistemas de análise de informações em um só Sistema de Informação, cuja missão precípua também será de apoiar o processo decisório de alto nível.

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Como Citar
SÁ JUNIOR, G.; MOTA, R. M. DA. Sugestões para a inteligência de defesa deste século. Coleção Meira Mattos: revista das ciências militares, n. 27, 14 nov. 2012.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Genessi Sá Junior, Coronel do Exército Brasileiro

Cel Al CPEAEx